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(Ella) Olhos de Mar

Ane C.

A menina que cresceu no deserto e aprendeu a acreditar na magia.

Saltitante, ela caminhava segurando

a mão a torturava.

Contente e Inocente,

Ella comia o doce dado pela mão que a agredia.

A redenção do sádico grotesco que lhe reprimia.


Na secura do deserto

em que ser é proibido,

Do olhos mágicos da criança,

jorrava o mar mais bonito.

E no breu de noites solitárias,

a criatura nadava no oceano

que é sonhar.


Hoje o sádico bebe o mar.

Permanece no deserto

que escolheu chamar de lar.

Num suspiro de saudade,

na ausência de poder,

Padece o miserável ser.

Não há doce, nem vendinha,

nem ninguém pra humilhar.

A menina, usou o mar que ela chorou

Para nadar e do deserto escapar.


Ela agora deixa de ser um pronome

E passa a ser o nome dElla.

Ella, que podia ser eu,

você, alguém ou ninguém.

Ella que é além!

Essa força, esse poder

entre o ser e o estar.

E assim nós deixaremos,

porque à Ella,

não faz falta explicar.


Confiante e destemida,

Ella caminha a celebrar

sua vitória.

Nada para, nada cala

a menina de olhos de glória,

que na secura do deserto,

Era capaz de velejar.

Ane C.







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